Que pressa é essa, gente?
A vida já corre demais —
e agora corremos até nos segundos de um áudio,
como se três minutos fossem uma eternidade.
Um amigo nos envia a alma em palavras,
e a gente responde com aceleração 2x,
como quem passa os olhos num pôr do sol
sem deixar a luz tocar o rosto.
Se não temos três minutos pra escutar alguém
que nos ama, que confia em nós,
então estamos vivos pra quê?
Só pra cruzar a linha de chegada mais rápido?
Talvez estejamos confundindo velocidade com presença,
eficiência com afeto,
e perdendo — no meio da correria —
o que torna tudo isso suportável:
o tempo compartilhado.
Ouça com calma.
Cada pausa pode ser um abraço.
Cada riso, um sinal de vida.
Cada silêncio, uma esperança.
Porque se até a escuta virou aceleração,
então talvez estejamos mesmo
morrendo por dentro.
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