terça-feira, 3 de novembro de 2020

GÊNERO, MACHISMO, VIOLÊNCIA E A CULTURA DO ESTUPRO

Nossa sociedade se formou tendo como base valores patriarcais e religiosos, onde o homem é o "cabeça" e a mulher submissa, que até nos últimos dias tem trazido consequências destruidoras, uma disparidade muito grande entre os gêneros masculino e feminino, onde a mulher ainda é vista como um ser inferior pela simples condição de ser mulher, o seu corpo atrai olhares como um verdadeiro objeto sexual masculino.


Interessante observar que em todas as etapas do nosso crescimento, (homens) aprendemos a objetificar o corpo da mulher e acabamos assimilando isso, trazendo como "natural" para as nossas relações de adultos, legitimando ações e relação de violência todos os dias.


Sendo assim, perpetua-se o mecanismo de legitimidade alimentando a


naturalização do estupro. 

Que culpa tem o bb de fraldas? Assim como a fralda, a mini-saia não tem culpa nenhuma, a culpa é sempre do agressor.


E pra falar de punição, é muito importante que façamos uma reflexão prévia. Pena de morte, castração química ou tortura na cadeia, parece que não vem surtindo efeito, muito pelo contrário, temos visto uma crescente dos crimes envolvendo estupros de crianças, meninas e mulheres e nos casos mais extremos a morte da vítima, parece que nenhum deles temem à represálias da comunidade ou tortura e até morte na cadeia. (Obs. Não estou dizendo que não deve punir).


Precisamos tratar deste assunto em suas várias vertentes, claro que a primeira é a punição do estuprador, mas e depois? É necessário falar sobre nossa cultura, aquilo que está nosso dia-a-dia mas não notamos. O que estamos reproduzindo nas rodas de conversas ou nas mesas de bar com os amigos? O que estamos fomentando ao ensinar um menino a assoviar para a menina, ou dizer que duas crianças de 4 anos são "namoradinhos"? O que queremos dizer quando falamos pro menino que "homem não chora" ou que "homem de verdade" não faz isso ou aquilo?


As crianças, meninos e meninas, são o fururo do nosso Brasil, e o que estamos fazendo com elas? Todo dia estamos matando uma parte do nosso futuro e deixando um vazio enorme em várias famílias.


Mudar comportamentos na nossa casa, ensinar o menino ser cavalheiro, a se abrir, falar de semtimento e de suas dores, e o mais importante, que o corpo da coleguinha não é propriedade dele, que ele jamais deve tocá-lo sem permissão dela é fundamental. Ensinar também o mesmo para a menina.

Bom também é falar sobre questões do corpo que remetem às suas partes íntimas, onde eles (crianças) jamais devem permitir que um adulto (guardadas todas as exceções) devem tocar, para que eles possam identificar abusos.


Precisamos ensinar os meninos e as meninas a falarem sobre o que sentem, e se por ventura vierem sofrer qualquer tipo de violação, eles precisam encontrar nos adultos de confiança deles (pai e mãe principalmente) toda liberdade e conforto pra contar, tios, cuidadores e educadores também devem estar atentos e sensíveis ao pedido de socorro da criança e do adolescente, eles sempre dão sinais. Só assim vamos evitar a destruição de vidas, famílias, sonhos e o futuro daqueles que sobrevivem aos abusos.


Cadeia, morte, castração e tortura não resolvem o problema, a punição pode ser cruel, assim como o ato cometido é, mas se nada for feito pra mudar nossa cultura, novos estupradores (muitos abusados na infância) vão surgir e novas vítimas terão seus corpos violados, vidas interrompidas e futuros cessados.


Vamos falar sobre isso, mudar nossa cultura, educar nossas crianças, e salvar nosso futuro.

segunda-feira, 11 de maio de 2020

Isolamento social, é hora de relaxar a quarentena?

O brasileiro ta dizendo que vão morrer muiitos mesmo, fazer o que? Mas que a economia e o mercado precisam reabrir. 
Porém,  perguntado: na sua casa, quem pode morrer? Escolhe 1 ai pra nós. A coisa muda totalmente a configuração. 
Por enquanto os 11 mil mortos são apenas números, se a gente, principalmente aqui em Diamantina relaxar agora, as mortes começarão a se traduzir em nomes, aí já não vão ser 12 ou 13 mil mortos, mas "meu filho" "minha mãe" "meu amor".

domingo, 2 de dezembro de 2018

Bem vindos à democracia

Caros amigos eleitores de Bolsonaro, bem vindos à política. É um prazer democrático encontrá-los por aqui, não querem entrar e tomar uma xícara de xá? (risos).
É a primeira vez que muitos de vocês estão se aventurando e participando ativamente da vida política/pública do nosso país, e como sempre estiveram do lado do contra (oposição), não estão sabendo lhe dar com a situação agora, pois são governo, e ter dúvidas de como é a democracia em sua essência é a coisa mais natural do mundo para os iniciantes, por isso eu resolvi dar uma ajudinha a vocês.
Um regime democrático prevê a vitória da maioria, certo? Isso resguarda os direitos básicos de TODOS, inclusive da minoria, ou seja, mesmo quem perdeu, juntamente com quem venceu tem um papel importante de responsabilidades no governo eleito, e quem governa vê-se obrigado a respeitar os espaços de quem lhe faz oposição, agindo nos limites da lei e da razão. O status "oposição" não lhe dá salvo conduta par agir fora da lei, principalmente à luz da constituição.
A vida em sociedade é impossível de ser vivida sem diálogo, a democracia, igualmente, não sobrevive sem debate, sem contraponto... O confronto de ideias é peça fundamental para definição dos melhores projetos e caminhos a seguir.
Um governo eleito democraticamente sem oposição corre sérios riscos de afundar com os próprios erros, certo de que ninguém lhe fará oposição, ele se sentirá a vontade para tomar medidas que podem prejudicar a todos. Também, um governo sem oposição pode se aproximar muito de um totalitarismo, pra quem não sabe, um governo totalitário tem uma ideologia forte, apresenta explicação para tudo, e não abre brechas para questionamentos, além de criticar o estado das coisas ele aponta aponta os caminhos para a sua transformação. Essa forma de discuso autoritário justifica grandes atrocidades, como a perseguição e eliminação de tudo o que se apresenta como empecilho para a realização de seu curso natural (parece que já estamos em estado totalitário).
Pois bem, espero que tenham lido até aqui, e quando nos verem questionando, cobrando e apresentando inconsistências e contradições, entendam que estamos cumprindo nosso papel social democrático também.
Um abraço.

sábado, 26 de maio de 2018

O "apoio" nacional aos caminhoneiros

O apoio da população aos caminhoneiros, não é porque é pacífico, não tem bandeira da CUT nem do MST ou porque não gritam LulaLivre ou tem bandeiras do PT, o apoio amplo da sociedade está acontecendo só porque está mudando a rotina de todos sem exceção. Deixemos de ser Hipócritas e vamos refletir sobre isso! Agora a dor foi na nossa barriga, não na dos professores. Agora enxergamos o umbigo do outro, não só o nosso. 
É o capitalismo dando super Serto, com S de errado mesmo.

Qual é a sua causa?

Professores bloqueiam estradas: Tem que protestar mesmo mas não pode prejudicar a gente de ir ao trabalho.
Caminhoneiros bloqueiam estradas e coxinhas e esquerdopatas ficam sem gasolina: Tem que apoiar a greve pra melhorar né!? Prejudica a gente um pouco mas d por uma justa causa!
Pô, a causa dos professores não é justa ou ela não é a SUA causa brasileiro?

segunda-feira, 16 de abril de 2018

A esquerda luta contra a desigualdade, a direita, contra a esquerda.

As meus amigos da direita, peço-vos que compartilhem conosco os seus ideais políticos.No mostrem sobre como é ser de um estado mínimo, ter mercado autorregulador, como é neoliberalismo, leis trabalhistas flexíveis, hierarquia social, direito natural... Em vez de ficarem atacando a esquerda...
Se eu não tivesse estudado, eu nunca ia saber o que vocês querem, pois só os vejo contra a esquerda.

domingo, 15 de abril de 2018

Fazer Política não é apenas por cargo eletivo ou comissionado

O que eu acredito na política vai além de ter um cargo eletivo, daqui dois ou vinte anos.
Mais importante que isso, são as ideias construídas durante uma vida. Mais importante é acreditar numa sociedade mais justa e num sistema econômico onde há distribuição de renda e principalmente, onde seja possível a erradicação da miséria. Talvez eu nunca alcance uma cadeira numa câmara, numa assembléia, mas ter uma consciência política, e ter lutado pelos meus ideais de alguma forma, já me deixa com sentimento de cumprimento de papel