A Vesperata é, sem dúvida, um dos maiores orgulhos de Diamantina. Um evento que atrai turistas de todo o Brasil e até do exterior, que enaltece nossa cultura e reforça a singularidade da nossa cidade. No entanto, é preocupante perceber como muitos moradores, principalmente nos bairros, escolas, igrejas e associações, conhecem pouco sobre ela ou até nutrem uma certa resistência ao evento. Isso não é apenas uma questão cultural, mas um problema que afeta diretamente o turismo e a imagem da nossa cidade.
A falta de informação sobre a Vesperata entre os próprios diamantinenses cria um afastamento que enfraquece a conexão entre o evento e a comunidade. A sensação de que “isso não é para mim” ou “é só para turistas” faz com que muitas pessoas não percebam o valor cultural, histórico e econômico que ela traz. Essa desconexão é prejudicial porque, para que a Vesperata continue crescendo e se fortalecendo, ela precisa do apoio e do envolvimento da própria população.
Popularizar a Vesperata é essencial. Não estou dizendo que ela é elitizada, mas é necessário levá-la mais perto do diamantinense. Poderíamos ter ações educativas nas escolas, oficinas de música nos bairros, apresentações menores em associações e igrejas que expliquem a importância do evento e aproximem as pessoas dele. Além disso, iniciativas que incentivem a participação direta dos moradores, como descontos especiais ou campanhas que valorizem o orgulho de ser parte de uma cidade que oferece algo tão único, fariam muita diferença.
A Vesperata não é apenas um evento para turistas; ela é um patrimônio nosso. E quando o diamantinense reconhece isso, ele se torna não só um espectador, mas um embaixador da nossa cultura. Esse sentimento de pertencimento é o que vai garantir que a Vesperata continue sendo um sucesso e uma referência. Afinal, ela só alcança seu verdadeiro brilho quando tem o apoio de toda a cidade, de todas as vozes, de todas as mãos.
O Brasil tem uma história profundamente marcada pela escravidão, sendo o maior país escravagista do mundo e o último a abolir essa prática, em 1888. Durante mais de três séculos, milhões de pessoas foram submetidas a condições desumanas, trabalhando sem qualquer direito ou dignidade. Quando se discutia a abolição, muitos afirmavam que isso “quebraria” o país, mas o que se viu foi justamente o oposto: a libertação não apenas não quebrou a economia, mas abriu caminhos para novas formas de organização do trabalho.